Criador do Wikileaks Julian Assange começa a ser julgado em Londres

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Site vazava dados secretos de governos, mas os Estados Unidos acusam Assange de espionagem. Defesa do ativista alega direito à informação e liberdade de imprensa. 

Violação dos Direitos Humanos

A Anistia Internacional já pediu aos Estados Unidos para suspenderem as acusações de espionagem e ao Reino Unido para que não extradite Julian Assange, alegando risco de se cometer uma grave violação dos direitos humanos.

“As acusações contra Julian Assange resultam diretamente da publicação de documentos divulgados como parte do seu trabalho com o Wikileaks”, disse a Anistia Internacional, esclarecendo que essa atividade não deve ser punível, já que “reflete uma conduta que os jornalistas investigativos realizam regularmente”.

Acusações

Acusado pelos Estados Unidos de espionagem, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, de 48 anos, começa a ser julgado nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, em Londres, podendo ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem.

Nos últimos dias, os advogados de Assange tentaram um pedido de asilo na França, alegando que é “o País dos direitos humanos” e o lugar onde o ativista passou três anos da sua vida, enquanto por todo o mundo se multiplicavam as reações contra a sua extradição para os Estados Unidos.

Se for extraditado, Assange, enfrentará 18 acusações de crime, 17 das quais abrangidas pela Lei de Espionagem, podendo incorrer numa pena de até 175 anos de cadeia, por supostamente ter ajudado Chelsea Manning, oficial de inteligência das Forças Armadas dos EUA, a divulgar centenas de documentos confidenciais do Departamento de Estado.

A equipe de defesa de Assange, liderada pelo espanhol Baltasar Garzon, nega que as acusações remetam para questões de espionagem e procuram colocar a matéria ao nível da liberdade de imprensa e de direito de informar, ao mesmo tempo que alertam para as frágeis condições de saúde do fundador do Wikileaks.