Retorno às aulas pela internet pode prejudicar alunos em Porto Seguro

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O início do ano letivo de 2021 em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, foi anunciado pela secretária de Educação, Dilza Reis, mas na ‘modalidade remota’. Vamos refletir um pouco sobre o tema:

1 – O desafio maior dos governos agora é fazer os alunos recuperarem o hábito de estudar, que foi perdido com a suspensão das aulas desde março do ano passado (quase um ano), por conta da pandemia. 

2 – Os números da evasão escolar já eram altos antes da pandemia e devem ter aumentado bastante, por questões econômicas. As famílias de baixa renda precisam sobreviver.

3 – Outro agravante, na faixa etária da educação básica, a internet é usada para diversão e relacionamento social, para estudar é um recurso que só poucos usam.

4 – Os estudantes da rede pública municipal de ensino de Porto Seguro, que não tiverem internet ou que morem em locais onde o sinal das operadoras seja fraco serão prejudicados com o retorno às aulas na ‘modalidade remota’.

5 – A estrutura da educação herdada pela atual gestão não tem requisitos técnicos nem professores treinados para implantar, a toque de caixa, o ensino via internet. 

6 – Quem tem internet terá que dispor de um serviço de qualidade, o que é raro na cidade. Já o aluno que não tiver acesso à internet para suportar a demanda das aulas, literalmente, dançou. 

7 – Porto Seguro já tem, historicamente, um dos menores índices do Ideb (Índice do Desenvolvimento da Educação Básica) do estado, com uma educação presencial precária. 

8 – O ensino público básico deve continuar com a velha fórmula: professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.  

9 – Por enquanto, a educação em Porto Seguro tá on-line nas redes sociais, com poses e sorrisos, mas continua off na eficiência. É um vício do sistema.

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus