Senado aprova por 75×1 adiamento do Enem sem definição de nova data

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MEC anunciou que vai fazer consulta aos estudantes. Alunos das escolas públicas serão prejudicados caso o Enem seja aplicado na data prevista, uma vez que as aulas estão suspensas.

Em razão do estado de calamidade pública no país provocado pela pandemia do coronavírus, o Senado aprovou no final da noite de terça-feira (19/5) por votação virtual (75×1), a suspensão das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Agora, a matéria segue para análise da Câmara dos Deputados.  

A proposta (PL 1277/2020) da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) prevê que, em casos de reconhecimento de estado de calamidade pelo Congresso Nacional ou de comprometimento do regular funcionamento das instituições de ensino do país, seja prorrogada automaticamente a aplicação das provas, exames e demais atividades de seleção para acesso ao ensino superior.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, marcou a aplicação do exame impresso para os dias 1º e 8 de novembro, e a versão digital para 22 e 29 de novembro. As inscrições estão abertas até o próximo dia 22. Já há quatro milhões de inscritos, de acordo com o Inep, e estão esgotadas as vagas para a prova digital.

Desigualdade

Para a senadora autora do PL, o adiamento do Enem 2020 impedirá a concorrência desleal entre candidatos que não têm as mesmas oportunidades de acesso à internet, especialmente entre estudantes das redes pública e privada de ensino.

– O que nós estamos fazendo não prejudica os outros estudantes. Isso é apenas para não reforçar a desigualdade que já existe. Qual aluno hoje tem condição de estar em casa estudando, de pagar uma plataforma de streaming, de pagar pelo YouTube, de ter uma aula de EaD [educação a distância], ou de estudar de qualquer outro jeito? Livros? Que livros eles receberam? Nenhum! Quem é o professor, o autodidata? Quantos são autodidatas para estudarem sozinhos matemática, física e química? Questionou Daniella Ribeiro.

Fonte: Agência Senado

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado