Protesto fecha acesso à fábrica da Veracel em Eunápolis. Entenda por que
17/08/21 – O Poder Judiciário e o Ministério Público em Eunápolis precisam dar uma resposta ao impasse criado com a prisão provisória de 9 posseiros réus e do advogado do grupo, Mário Jr, que já dura quase um ano sem que a Comarca tenha feito audiência de instrução nem julgamento, segundo a defesa dos presos.
As prisões foram feitas em setembro de 2020, após conflito entre os posseiros e prepostos da multinacional Veracel Celulose, numa disputa por terras em área ocupada pela multinacional, que alega ser a legítima proprietária. Um dos acusados ainda continua foragido. Segundo o advogado de um dos réus, a maioria dos presos tem idade superior a 60 anos e têm prioridade no julgamento.
PROTESTO
Nesta terça (17), familiares dos réus aproveitaram um protesto da URC (União da Resistência Camponesa) em defesa dos direitos de posse de terras, que bloqueou o acesso à fábrica da Veracel e, mais uma vez, cobraram justiça.
Ainda segundo o advogado ouvido pelo Bahia40graus, caso sejam condenados, quase todos os réus pegarão pena em regime aberto por conta dos crimes dos quais são acusados.
Por sinal, no grupo há quem defenda a tese de que os réus ainda estão sendo mantidos em prisão provisória porque não há provas para condená-los.
Nós não conseguimos falar com o Poder Judiciário nem com o MP-BA. Alguns processos correm em segredo de Justiça. Há acusações contra os presos de fraude processual, extorsão, associação criminosa, constrangimento ilegal, quadrilha ou bando e até tráfico de drogas, fatiadas em 4 processos abertos pelo Ministério Público.
IMBRÓGLIO
1 – Os advogados dos réus apontam que 2 promotores estariam impedidos de atuar no caso. Um por ter litígio com um dos réus, que é jornalista. O outro por mover diversas ações contra a Veracel.
2 – O juiz inicial do processo também declarou-se impedido de atuar no caso.
3 – Duas audiências já foram marcadas e desmarcadas.