TJ-BA pune juiz acusado de receber propina de R$1 milhão em esquema da Faroeste

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29/10/21 – El julgamento na quarta-feira (27), o Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou nova prisão preventiva do juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio por suspeita de receber propina de R$1 milhão em um dos processos ligados à Operação Faroeste. 

1 – Preso desde 23 de novembro de 2019 e acusado de envolvimento no esquema de venda de sentenças e grilagem de terras no Oeste baiano, Sérgio Sampaio foi punido também com outra ordem de afastamento de suas funções e bloqueio de bens. 

2 – A decisão do TJ-BA tem origem em denúncia apresentada contra o juiz no último dia 12 de julho pelo Ministério Público estadual (MP-BA), a partir de provas coletadas em investigações da Faroeste e compartilhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

3 – Segundo a coluna Satélite, do jornal Correio, a denúncia do MP-BA diz que a propina foi paga ao juiz para que ele se declarasse suspeito de julgar processos de interesse da empresa Bom Jesus Agropecuária na disputa de terras no Oeste baiano. 

4 – A intenção era garantir a blindagem da empresa no duelo com o grupo do falso cônsul Adailton Maturino, apontado pela Faroeste como líder do esquema.

5Ao apurar a negociata entre Sérgio Humberto e a Bom Jesus, o Gaeco, unidade do MP-BA especializada em combater o crime organizado, descobriu que o suborno de R$1 milhão foi repassado ao juiz através de depósitos em dinheiro. 

6 – Ainda de acordo com a denúncia, o saque foi realizado pelo advogado Júlio César Cavalcanti, delator da Faroeste, diretamente da conta bancária do empresário Nelson Vigolo, dono da Bom Jesus. 

7 – A propina era, então, depositada de maneira fracionada na conta de um “laranja” do magistrado. Só depois os valores seriam transferidos para familiares ou empresas vinculadas a parentes do juiz.

Detalhe Curioso

Ainda segundo a coluna Satélite, no julgamento do caso do juiz Sérgio Sampaio, concluído na quarta (27), foi marcado por um detalhe curioso. Durante a sessão do Pleno que analisou a denúncia, nada menos que 16 desembargadores se declararam suspeitos de julgar o caso.