Robério está inelegível mas segue enganando a torcida na rua e na mídia

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Matéria de um blog de Salvador cujo principal jornalista estaria sofrendo de Alzheimer, lista o prefeito de Eunápolis entre os que tentarão a reeleição nas 18 principais cidades da Bahia. Mas Robério está inelegível, faltou o blog informar aos leitores esse detalhe! 

Com nova estratégia, o prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira (PSD), começou a andar nas ruas ao lado de agentes políticos e servidores de cargos comissionados, além de vereadores da base aliada. Ele finge que está acompanhando obras de asfaltamento, cujo gordo contrato favorece a empresa Katharina Engenharia, investigada pela Operação Fraternos da Polícia Federal (que afastou o prefeito do cargo por 5 meses).

Robério também vem visitando postos de saúde, onde a população se queixa diariamente de falta de médicos e medicamentos. Vale lembrar que a cidade teve recentemente duas equipes de Saúde da Família descredenciadas pelo Ministério da Saúde. E que o hospital Regional passa por um momento crítico de má gestão, falta de medicamentos e materiais, além de casos suspeitos de erros médicos.

Essa estratégia do prefeito nas ruas na verdade é um deboche com:

1 – Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), 

2 – Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1)

3 – CGU (Controladoria Geral da União)

4 – Ministério Público estadual (MP-BA)

5- Ministério Público Federal (MPF)

6 – Polícia Federal (PF)

7 – Cidadãos informados e conscientes da verdade dos fatos.

Apesar de inelegível, Robério tenta passar a imagem de que é candidato à reeleição, mesmo colecionando dezenas de processos judiciais por organização criminosa, improbidade, corrupção e outros crimes contra o patrimônio público. Isso, além de duas condenações por colegiado em 2ª instância e duas investigações de Operações da PF no seu encalço. 

Se Robério é inocente e a Justiça Eleitoral não impugnar o registro de sua candidatura, então o povo será o único culpado nessa história, caso aceite passivamente a impunidade. Também será um atestado de cumplicidade do Poder Judiciário com a corrupção vigente.

Ficha Suja

Robério está inelegível! De acordo com a Lei da Ficha Limpa, que impede – sumariamente – o registro da candidatura de político condenado por colegiado de 2ª instância, ainda que caibam recursos. Ele se aproveita do desconhecimento da população para manter seu nome em evidência, certo de que poderá sair como vítima dessa história, indicando um nome de sua confiança no apagar das luzes. 

Como ele anda com a filha a tira-colo, há rumores de que ele poderá lançar a jovem advogada como sucessora.  Para fazer isso, Robério terá de renunciar ao cargo, 6 meses antes das eleições e entregar a prefeitura ao vice Flávio Baiôco. Só fará isso se convencer Baiôco aderir ao time, o que o próprio vice-prefeito já disse que não fará.

Condenações em Colegiado de 2ª Instância

TJ-BA

Em processo movido pelo MP-BA, em 2009, Robério e o cunhado Agnelo Júnior (então secretário de Finanças e hoje prefeito de Cabrália) são réus por uso de dinheiro do orçamento da prefeitura de Eunápolis fora da dotação e sem autorização do legislativo municipal. Foi condenado na 1ª instância em sentença do juiz Roberto Freitas Júnior, titular da Vara da Fazenda Pública, e o TJ-BA confirmou a sentença em julgamento colegiado. 

TRF1

No processo aberto pelo MPF-BA na Vara da Justiça Federal em Eunápolis, Robério (então no 1º mandato de prefeito) e outros agentes políticos (incluindo o então secretário de saúde Josemar Siquara, hoje chefe de Gabinete da prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira, esposa de Robério), foram condenados em 1ª instância por abastecimento ilegal de combustível em trio elétrico da empresa da família do prefeito e outros veículos com verba federal destinada à saúde pública municipal. 

Após diversos recursos protelatórios, o TRF1 – 2ª instância – em decisão colegiada confirmou as condenações.

Deboche ou insanidade?

Só mesmo o deboche ou a insanidade para enxergar  a viabilidade da candidatura à reeleição para o 4º mandato de um político com esse histórico na Justiça.

Nos bastidores, correligionários chegam a afirmar que a Justiça estaria ‘dominada’ em todas as esferas, alguns chegam a falar em valores e arranjos. Esperamos que não e não passe de bravata de fanfarrões. Ou que os eleitores tenham cansado do teatro da impunidade, onde quem paga sempre é a população mais pobre.

 

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus