A Operação Fraternos pode acabar em pizza?
Mais de um ano depois de mobilizar centenas de policiais e procuradores federais, afastando 3 prefeitos na Costa do Descobrimento, extremo sul da Bahia, a Operação Fraternos realizada pela Polícia Federal, Procuradoria da República e CGU parece ter caído no esquecimento, virando até alvo de deboche por parte dos correligionários dos prefeitos investigados. A impunidade deixa um clima de desconfiança na população. Hoje, com notórios advogados, fortes padrinhos políticos no governo estadual, Câmara Federal e Senado, os gestores alvos da Fraternos ainda controlam o Poder Legislativo nas 3 cidades. Poucas vozes na sociedade civil organizada – salvo a oposição política partidária e a imprensa independente – ousam a clamar por Justiça e cobrar o desfecho a operação. Muitos temem represálias.
Coronelismo moderno – A família do prefeito Robério (Eunápolis) reina absoluta em 3 municípios com mão de ferro ao estilo do coronelismo moderno. Porto Seguro (onde a esposa Cláudia é prefeita) e Cabrália (onde o irmão de Cláudia é prefeito) integram a Capitania Hereditária dos “Fraternos”. Relatos de perseguições, ameaças e abuso de poder, além de suspeita de espionagem virtual completam a folha corrida da intocável família mais poderosa do sul e extremo sul da Bahia. Novas denúncias de corrupção parecem mais enxugar gelo do que chamar à atenção das autoridades.
Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus
Foto: Jornal A Tarde