Quadrilha desviou R$ 100 milhões da Saúde na Bahia

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Investigações apontam desvios de R% 100 milhões nos contratos da Coofsaúde, cooperativa que fornecia mão de obra terceirizada na área da saúde para o Estado e prefeituras, inclusive médicos, odontólogos e enfermeiros.

1 – Policiais Civis com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriram 23 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária nesta terça-feira, 18/12, em Feira de Santana, Salvador, Aracaju, São Paulo e Fortaleza na operação “Pityocampa”

2 – A operação foi coordenada pelo Ministério Público estadual (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco)

3 – As investigações também tiveram a parceria da Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal do Brasil (RFB)

4 – A organização criminosa alvo da operação “Pityocampa” é responsável por desviar milhões de reais da saúde pública no município de Feira de Santana e outros

5 – A Coofsaúde recebeu, entre 2007 e 2018, quase um R$ 1 bilhão de contratos com diversos municípios baianos e com a Sesab.

6 – Durante fiscalização da CGU em Feira de Santana foram identificadas diversas irregularidades nos processos de contratação da Coofsaúde: ausência de projeto básico ou termo de referência; vícios nas cotações de preços para definição do orçamento de referência; cláusulas restritivas no edital e favorecimento para a Cooperativa investigada

7 – A CGU também encontrou falta de controle sobre os pagamentos realizados e superfaturamento

8 – O Gaeco encontrou ainda fraude nas escalas de plantão de profissionais como médicos, odontólogos e enfermeiros, gerando excedentes financeiros que eram repassados aos integrantes da organização criminosa depois de passar por mecanismo de lavagem de dinheiro, envolvendo transações para “laranjas” e empresas de fachada

9 – O prejuízo estimado para os cofres municipais, somente em feira de santana chega a 24 milhões de reais, entre 2016 e 2017

10 – A estimativa inicial do total de recursos desviados por meio desse esquema supera o montante de R$ 100 milhões, nos últimos três anos, uma vez que a Cooperativa vinha atuando em vários municípios baianos.

11 – Foram alvo da operação profissionais de saúde, empresários e agentes públicos envolvidos no esquema

12 – Participaram da ação 21 promotores de Justiça de diversos municípios baianos, 19 auditores federais de finanças e controle da CGU, 21 auditores fiscais da Receita Federal do Brasil e 9 analistas tributários da Receita Federal do Brasil, além de 122 policiais rodoviários federais.

13 – O nome da Operação  “Pityocampa” refere-se à lagarta Thaumetopoea Pityocampa, também conhecida como lagarta do pinheiro, que corrompe os pinhais, plantação que simboliza o cooperativismo.