Congregação católica abusou sexualmente de centenas de adolescentes no México

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“A maioria das vítimas era formada por crianças e adolescentes com idades entre 11 e 16 anos”, detalham os papéis divulgados no site zeroabusos.org.

Relatório interno divulgado pela congregação católica Legionários de Cristo no sábado (21/12) apontou que ao menos 175 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do grupo religioso entre 1941 e 2019. 

O relatório foi publicado depois do papa Francisco retirar o segredo pontifício para denúncias de abuso sexual.

De acordo com o levantamento realizado pela Comissão de Casos de Abuso Infantil do Passado e Atenção às Pessoas Envolvidas, os abusos foram cometidos por 33 religiosos, sacerdotes ou diáconos – o documento abrange desde a fundação da congregação, em 1941, até 16 de dezembro deste ano.

“A maioria das vítimas era formada por crianças e adolescentes com idades entre 11 e 16 anos”, detalham os papéis divulgados no site zeroabusos.org.

O mexicano Marcial Maciel (1920-2008), fundador da congregação, foi responsável pelo abuso de 60 dos 175 menores de idade, de acordo com o relatório. Os Legionários de Cristo argumentam que trabalharam junto a 45 das vítimas num processo de “reparação e reconciliação”. Eles reconhecem, no entanto, a necessidade de facilitar esse trâmite a outras pessoas agredidas.

O documento indica que dos 33 padres abusadores – desconsiderando Maciel -, 18 ainda fazem parte dos Legionários de Cristo, mas estão afastados de obras públicas ou que envolvam contato com menores.

Foi revelado, ainda, que 14 desses religiosos foram vítimas na própria congregação, evidenciando a existência de “cadeias de abuso” onde “a vítima de um legionário, com o passar dos anos, se tornou agressor”.

“Nesse sentido, é emblemático que 111 dos menores abusados na congregação tenham sido vítimas de Maciel ou de uma de suas vítimas”, diz o relatório.

A comissão, criada em 20 de junho pelo superior-geral dos Legionários de Cristo, padre Eduardo Robles-Gil, afirmou que “não acredita que seu estudo tenha sido capaz de descobrir todos os casos”.

Fonte: Bahia.ba / Reprodução autorizada