Cacique Raoni lidera aliança indígena e extrativista contra Bolsonaro
Encontro no Xingu está elaborando carta aberta da ‘Pacto dos Povos da Floresta’.
Na terra indígena Capoto-Jarina, em Mato Grosso, à beira do Rio Xingu, o cacique caiapó Raoni, diversas outras lideranças indígenas de diversas etnias e estados brasileiros, além de Ângela Mendes, filha do líder seringueiro Chico Mendes (assassinado em 1988), lançaram nesta quarta-feira (16/1) uma aliança para contrapor ao que consideram retrocessos impostos pelas políticas ambientais e indígenas do governo Jair Bolsonaro. A líder da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, também participa do encontro, que vai até esta sexta-feira, (17/1).
Eles estão reunidos desde segunda-feira (13/1) para elaborar os termos da carta aberta do ‘Pacto dos Povos da Floresta’, que será levada ao Congresso Nacional e Ministério Público Federal.
O objetivo do encontro é discutir maneiras de resistir a medidas tomadas por Bolsonaro para enfraquecer a proteção ao meio ambiente e aos povos indígenas. No início deste mês, o governo finalizou a minuta de um projeto para permitir a exploração de terras indígenas para atividades como mineração, construção de usinas hidrelétricas, pecuária, extrativismo, exploração de petróleo e gás, entre outras.
Bolsonaro chegou a afirmar que os indígenas possuem terras demais e diz querer tirar essas comunidades da pobreza. O presidente também já fez várias críticas a Raoni, afirmando que ele não representa as demais comunidades indígenas do País.
“Acho que todo mundo sabe, o Brasil inteiro deveria saber, ele [Bolsonaro] está atacando todo mundo, não só os índios. Ele ataca os índios mais forte ainda. […] Eu fiz esse encontro e desse encontro vai sair um documento para mandar para fora [da terra indígena], para o Brasil ver o que estamos fazendo, defender a nossa terra. Para ele parar de falar mal da gente”, disse Raoni.