Mulheres do MST ocupam o Ministério da Agricultura em Brasília
Ato denuncia a distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para os assentados de reforma agrária; os cortes nos investimentos públicos e a liberação desenfreada de agrotóxicos pelo governo Bolsonaro. Cerca de 3,5 mil trabalhadoras sem terra de 24 estados participam da ocupação.
Na manhã desta segunda-feira, 9 de março, as mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o Ministério da Agricultura em Brasília. A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra e conta com a participação de 3.500 trabalhadoras rurais de 24 estados.
“O objetivo dessa ação de ocupação é denunciar o projeto de morte que está por trás desse órgão federal. Hoje o Incra está subordinado ao Ministério da Agricultura e este ministério é o maior responsável pelo envenenamento de toda a população brasileira. Os agrotóxicos estão sendo jogados na mesa do povo e nós viemos aqui denunciar isso”, disse ao site Brasil de Fato Kelly Mafort da coordenação nacional do MST.
Segundo o Ministério da Agricultura, foram liberados 474 agrotóxicos em 2019. A maior liberação dos últimos 15 anos.
Além da liberação desenfreada de agrotóxicos pelo governo Bolsonaro, na pauta do protesto também estão:
1 – Os cortes nos investimentos públicos;
2 -O desmonte da política de Reforma Agrária no país;
3 – A medida provisória 910 que destina mais de 70 milhões de hectares de terras públicas da União para empresas do agronegócio e do latifúndio, segundo a coordenação do MST;
4 – O decreto nº 10.252 que enxuga a estrutura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e extingue o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), o programa Terra Sol e outros programas que davam incentivos aos assentados, quilombolas e comunidades extrativistas;
5 – A distribuição de títulos de terra individuais para os assentados de reforma agrária, ação que regulariza a venda de lotes e passa ao Incra a responsabilidade sobre áreas coletivas dos assentamentos, onde estão escolas e centros de formação organizados pelo MST.