Investigação de protestos contra Congresso e STF pode ter derrubado diretor-geral da PF
Para entender por que o presidente Jair Bolsonaro se apressou em trocar o comando da Polícia Federal, exonerando o diretor-geral Maurício Valeixo, indicado pelo ministro Sérgio Moro, é preciso refletir nos acontecimentos recentes que podem envolver parlamentares e empresários aliados do governo.
Entenda
1 – As manifestações do dia 19 de abril passado pediam fechamento do STF e do Congresso, além da volta do AI-5 e intervenção militar das Forças Armadas.
2 – O STF (Supremo Tribunal Federal) acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a organização e financiamento dos atos contra o STF e Congresso.
3 – As investigações ainda não começaram, mas ficarão a cargo da Polícia Federal e correrão sob segredo de justiça.
4 – Entre os alvos estariam parlamentares e empresários aliados do governo Bolsonaro, quem sabe até, os filhos do presidente.
5 – Lembram que um deles já gravou video afirmando que “para fechar o STF bastava um jipe com um cabo e um soldado”?
6 – Bolsonaro não é investigado, embora tenha participado de um dos atos no dia 19 de abril.
7 – O ministro do STF Alexandre de Moraes, que acolheu o pedido da PGR, qualificou as manifestações relatadas como fato gravíssimo porque atentam contra o estado democrático de direito e as instituições republicanas.
8 – Desde o ano passado que a PF apura a disseminação de ofensas e ameaças ao STF. A nova investigação pode pode incorporar e associar fatos já investigados.
A pressa para realizar a troca de comando da PF essa semana indica que o governo quer manter as investigações sob controle, embora a corporação reivindique autonomia.
Vamos ver o que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem a dizer aos brasileiros.