29 de novembro – Dia Nacional da Onça-Pintada. Ajude a preservar
Pesando entre 60 e 160 quilos, a onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, atrás apenas do tigre e do leão. Tem a mordida mais forte entre todos os felinos do planeta. Ela é uma das espécies-símbolo do Brasil, ilustrando a cédula de 50 reais e também é uma das mais ameaçadas.
Com sua população em declínio, ao celebrar o Dia Nacional da Onça-Pintada, que acontece neste domingo (29/11), é preciso destacar as medidas fundamentais para a sua preservação.
Preservar a espécie exige medidas efetivas de combate à caça ilegal e de preservação ao seu habitat natural, que já soma 50% de perda ao longo de sua distribuição pelo continente americano, o único onde ela pode ser encontrada.
No Brasil, porém, a onça-pintada já está ameaçada na categoria vulnerável, com perspectivas de agravamento da situação. Quando analisadas apenas as ocorrências do animal na Mata Atlântica, por exemplo, a espécie é classificada como criticamente em perigo, por já ter perdido 85% de seu habitat, ocupando apenas 3% da região. Dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o desmatamento no bioma cresceu 27,2% entre 2018 e 2019 na comparação com o período entre 2017 e 2018.
Na Caatinga, por sua vez, a onça-pintada também está criticamente em perigo, ocupando 19% do bioma. No Cerrado, está classificada como em perigo, ocupando 32% da savana brasileira. Já no Pantanal e Amazônia, onde existem as maiores populações, elas se encontram em situação vulnerável, em grande parte pela perda de indivíduos por retaliação e caça ilegal, além do avanço da agropecuária.
Durante o segundo semestre de 2020, os incêndios que atingiram o Pantanal, destruindo lugares como o Parque Estadual Encontro das Água, que concentra a maior população de onças-pintadas no mundo, colocou mais pressão sobre o status de conservação da espécie no bioma.
Segundo especialistas, de forma geral, as principais ameaças à espécie continuam sendo a perda e a fragmentação de habitat, ocasionado pela expansão agrícola, que tem resultado na quebra de conectividade e no isolamento entre as populações de onças. Outro fator é a morte de indivíduos pela caça ilegal e pela retaliação por parte de proprietários rurais, devido à predação sobre rebanhos ou animais domésticos. A caça também impacta na redução da abundância das presas da onça, como antas e queixadas. Por fim, as onças-pintadas estão começando a ser um substituto para o osso de tigre com propósitos de medicina tradicional devido à aproximação do comércio asiático na América Latina.
Hábitos
As onças têm hábito solitário, podendo ser ativas durante o dia e à noite. É um animal terrestre, mas escala árvores e nada muito bem. A onça se alimenta de vertebrados de médio e grande porte, como anta, porco-do-mato, veado, tamanduá, capivara, jacaré, quati, entre outros.
Machos e fêmeas encontram-se apenas no período reprodutivo; geram em média dois filhotes que permanecem com a fêmea até os dois anos de idade. Os machos possuem territórios maiores que podem se sobrepor os de várias fêmeas. Assim como outros grandes felinos, a onça-pintada requer uma grande área para sobreviver. Sua presença em grande densidade, portanto, serve como um indicador da qualidade de conservação daquele ecossistema.
Principais ações para preservação
1 – Oferecer recomendações e assistência para melhorar as práticas de manejo de rebanhos, a fim de reduzir a predação e a morte de onça associada à retaliação;
2 – Aumento da fiscalização e fortalecimento das Unidades de Conservação para coibir a prática de caça ilegal sobre a onça e suas presas;
3 – Monitoramento e garantia de proteção das populações existentes nos remanescentes de floresta;
4 – Aumentar a conectividade dessas populações por meio da identificação de corredores para a movimentação das onças;
5 – Planejamento para programas de reintrodução da espécie;
6 – Desenvolvimento local, regional e nacional de programas de monitoramento para onças e suas presas.