Revolta começa a tomar conta da tropa da PM e policiais civis na Bahia após caso do soldado Wesley

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29/03/21 – O vai e vem causado pelas medidas de enfrentamento à pandemia na Bahia está deixando toda a sociedade no limite do equilíbrio mental. 

Descontando-se o oportunismo político que, nessa hora, se aproveita da tragédia alheia para atacar adversários, a ação do Bope baiano que matou com 10 tiros o soldado da PM Wesley Soares, acometido de visível transtorno mental, após o soldado ter atirado contra o Bope, detonou um princípio de revolta na tropa da PM e até em policiais civis, que sentiram a perda de um colega combatente da criminalidade. Para muitos, a PM podia ter negociado até a exaustão e não pressionar Wesley em pleno surto. 

A tragédia social aconteceu na noite de domingo (28), no Farol da Barra, um dos cartões postais de Salvador, poucas horas antes do niver da capital baiana, que é comemorado nesta segunda (29). 

Reprimindo a sociedade

A questão maior aqui é o uso das forças de segurança pelo governador Rui Costa (PT) para reprimir trabalhadores – formais e informais – e comerciantes (pessoas de bem) em nome do cumprimento do decreto estadual que estabelece toque de recolher e lockdown. 

A falta de um comando nacional do combate à pandemia e a decisão do STF de dar autonomia a prefeitos e governadores quanto às ações de enfrentamento à Covid-19 deixou, ao menos a Bahia, em um dilema constante. 

Não se trata de discutir a eficiência ou não das medidas contra a covid, mas de colocar em pauta o tratamento da polícia baiana, treinada para combater criminosos e não a classe produtiva. Tratar pessoas de bem como bandidos sempre vai fazer o tiro sair pela culatra!

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus

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