As mulheres na história do 2 de julho na Bahia

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02/07/21 – Nesta sexta-feira, 2 de julho, é celebrada a Independência da Bahia, conquistada em 1923, resultado do movimento iniciado no ano anterior contra o governo português, que ainda resistia mesmo após D.Pedro II ter declarado a Independência em 7 de setembro de 1822.

Em 2 de julho de 1823 foram expulsos da província baiana o almirante português Madeira de Melo e seus homens. Três mulheres se destacaram nas batalhas da Independência da Bahia, Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa. Elas viraram símbolo da resistência que resultou no 2 de julho.

Joana Angélica

Nos primeiros dias de insegurança e medo que tomaram conta da cidade da Bahia, em fevereiro de 1822, a abadessa Joana Angélica se tornou a primeira heroína e mártir da Independência. Durante o ataque ao quartel da Mouraria, os soldados portugueses tentavam invadir o Convento da Lapa em busca de armas e inimigos supostamente escondidos. Já com 60 anos e pela segunda vez na direção do Convento, a religiosa tentou impedir a entrada de soldados no ambiente feminino. Recebeu golpes de baioneta como resposta e faleceu no dia seguinte, em 20 de fevereiro de 1822.

Na época, seu assassinato serviu como um dos estopins para o início da revolta dos brasileiros. Atualmente, Joana Angélica dá nome à avenida principal do bairro de Nazaré, onde fica o Convento da Lapa, em Salvador.

Maria Felipa

Trabalhadora braçal, pescadora e marisqueira, Maria Felipa liderou outras mulheres negras, índios tupinambás e tapuias em batalhas contra os portugueses que atacavam a Ilha de Itaparica, a partir de 1822. Um dos feitos do grupo de 200 pessoas de Maria Felipa foram as mulheres que seduziam os portugueses, levavam para uma praia, faziam com que eles bebessem, os despiam e davam uma surra de cansanção. O grupo também teria queimado 40 embarcações portuguesas que estavam próximas à Ilha.

Maria Quitéria

Com grande habilidade no manejo de armas e parente de militares, ela não se contentou em assumir o papel normalmente reservado às mulheres no século 19. Após fugir de casa, usando o uniforme de seu cunhado, Maria Quitéria entra para o Batalhão dos Periquitos e passa a se chamar soldado Medeiros.

Combate na Bahia de Todos os Santos, em Ilha de Maré, Barra do Paraguaçu e na cidade de Salvador, na estrada da Pituba, Itapuã e Conceição. Por causa da sua coragem em fingir ser um homem para combater, o general Labatut lhe deu honras de Primeiro Cadete e um decreto imperial lhe conferiu as honras de Alferes de Linha.

Em 28 de julho de 1996, foi reconhecida como Patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. Atualmente, por determinação ministerial, sua imagem deve estar em todos os quartéis do país. Em Salvador, uma estátua foi erguida em 1953, ano do centenário de sua morte, no Bairro da Liberdade.

Fonte: Portal Geledés, Ensinar História com Bahia.ba