Esquema de propina envolvendo policiais rodoviários no PR é destaque no Fantástico
09/08/21 – Reportagem do Fantástico no domingo (8) revelou que, no Paraná, 30 policiais militares da Polícia Rodoviária Estadual foram presos por suspeita de participação em um esquema de propina que facilitava a entrada de contrabando no país vindos do Paraguai, além de desvio de mercadorias e drogas. A maioria dos envolvidos trabalhava na cidade de Cordeiro do Oeste.
1 – A região de atuação dos policiais no estado do Paraná é usada para a entrada ilegal de perfumes, eletrônicos, armas, drogas e cigarros.
2 – Escutas telefônicas e ambientais foram obtidas com autorização da Justiça pelo Ministério Público Estadual e pela Corregedoria da PM.
3 – Entre os presos está o capitão Rodrigo dos Santos Pereira, que era o comandante da 4ª Companhia da Polícia Rodoviária do Paraná e recebia um valor mensal para manter o esquema funcionando, inclusive com ajuste das escalas de serviço.
4 – Os policiais rodoviários que participavam do esquema desviavam e vendiam parte das mercadorias apreendidas.
5 – Para não levantar suspeitas, os policiais preenchiam os boletins de ocorrência com informações imprecisas sobre as apreensões. Sem a quantidade correta, apenas uma pequena parte do que era apreendido era apresentada à Receita Federal.
6 – Dois policiais chegaram a abrir uma loja para vender os produtos eletrônicos desviados, mas a maioria era repassada a comerciantes da região a preços abaixo do mercado.
7 – O grupo mantinha também um esquema muito bem organizado de cobrança de propina, dependendo do tamanho do veículo e do que era transportado.
8 – Um vereador da cidade de Campo Mourão também é suspeito de receptar mercadorias e drogas desviadas.
9 – Em uma das negociações gravadas, com um contrabandista para a liberação de uma carga de cigarros, os policiais pediram R$200 mil reais e o acerto ficou em R$150 mil, com a garantia de escolta da carga com as próprias viaturas da polícia.
10 – Segundo o Ministério Público, quando havia apreensão de drogas, parte da carga também era desviada.
11 – A suspeita é que os policiais corruptos tenham faturado mais de R$10 milhões de reais com propinas e com a venda das mercadorias.
12 – Além de desvio de mercadorias, foram praticados crimes de corrupção, peculato e organização criminosa.