Imposto de renda defasado desde 1996 cobra R$149 bilhões a mais do trabalhador de baixa renda
14/12/21 – A Receita Federal não corrige a tabela do Imposto de Renda desde o governo FHC (PSDB), em 1996. A correção foi promessa de campanha de Bolsonaro, que ao assumir disse que não poderia cumprir.
Com a defasagem, em 2022, segundo levantamento da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), 15,1 milhões de assalariados de renda até 3,5 mil reais serão prejudicados.
A defasagem no IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) fará a Receita Federal cobrar da população no próximo ano R$149 bilhões acima do que seria devido caso os números fossem reajustados integralmente pela inflação desde 1996.
Essa situação penaliza mais quem ganha menos, de acordo com a Unafisco. “Quem tem renda mais baixa vai pagar um imposto que não deveria estar pagando”, disse Mauro Silva, presidente da entidade.
Hoje, por exemplo, a tabela do IR da pessoa física concede isenção a quem ganha até R$1.903,98 por mês. Essa faixa abrange 9,1 milhões de pessoas, segundo os auditores.
Caso aplicada a correção defendida pela Unafisco, a faixa salarial isenta subiria para R$4.469,02, um crescimento de 134%. A medida isentaria 24,2 milhões de contribuintes.
Enquanto isso, quem ganha pouco financia a farra dos gastos públicos que enriquece políticos e empresários corruptos pelo Brasil afora.