Crime organizado controla a Amazônia e dita a lei
O recado foi dado com o desaparecimento do indigenista e do jornalista. Indígenas e ribeirinhos nativos estão ameaçados.
A população nativa do Vale do Javari, no Amazonas, incluindo indígenas, vive o terror imposto por criminosos, sob o olhar passivo das autoridades, órgãos ambientais, Funai e forças de segurança que deveriam reprimir o crime na região. Há um estado paralelo na Amazônia.
A região mais rica do planeta em recursos naturais hoje é ocupada por criminosos que atuam no garimpo, desmatamento, caça e pesca ilegais, além do tráfico de drogas, armas e animais silvestres.
O problema não é de agora, mas se agravou com o desmonte da Funai, do Ibama e da Polícia Federal na região. Algo precisa ser feito. A imagem do Brasil no mundo mete vergonha.
E os criminosos mandaram um recado bem claro com o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Os indígenas e ribeirinhos serão dizimados ou escravizados. A lei que vale por lá é a lei da força e da barbárie. Parece outro país.
Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus