Derrame de dinheiro falso na Bahia comprado em aplicativo
Grupos vendem dinheiro falso em aplicativo de mensagem; baianos compraram R$180 mil em 2022. As falsificações aumentaram em 7,7% no estado.
A Polícia Federal (PF) apreendeu em flagrante, nos últimos três meses, 17 baianos que supostamente compraram cédulas falsas de outros estados e receberam pelos Correios.
De acordo com o delegado Wal Goulart, a PF também fiscaliza os grupos do Telegram e Whatsapp, por onde há a maior incidência de vendas. Os Correios também têm parceria com o órgão. “Estamos com outras operações em andamento. A gente faz a coordenação no estado todo da Bahia, temos coordenação com a Polícia Civil e com a Polícia Militar”, diz o delegado.
TELEGRAM
Ao digitar “notas falsas” no campo de busca do aplicativo Telegram, rapidamente aparecem diversos grupos diferentes de vendas. O mais popular tem mais de 19 mil membros. “Seja bem-vindo. Vendedor de notas justo e correto”, diz a biografia. O responsável pelo grupo, que usa um número de celular com DDD 75, área do agreste da Bahia, explica o preço do dinheiro falsificado, que será enviado pelos Correios.
O comércio, crime federal de moeda falsa, é efetivado através do Pix, e as notas, espalhadas pelas cidades. Na Bahia, só até o dia 31 de julho deste ano, foram retirados de circulação R$186.840,00 em cédulas falsas, segundo dados do Banco Central.
A nota de R$100 da segunda família (versão mais nova) foi a preferida dos falsificadores e representou 44% das cédulas falsificadas no estado. Entre 2020 e 2021, o montante de falsificações aumentou em 7,7% no estado.
PREÇOS
Mil reais em notas falsas custam R$300 no grupo de Telegram mais popular para a venda. Outros, menos conhecidos, vendem por até R$200. O valor mais caro de ser adquirido é de R$10 mil, que custa R$2 mil. Os falsificadores garantem que as cédulas passam pelas etapas de verificação: luz, marca d’água, fita holográfica e caneta. Afirmam ainda que há micro letras, tinta e linha metálica.