Denúncia grave: Fundo Eleitoral para candidaturas fantasmas

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O jornal Estadão traz na capa da edição desta terça (20) uma denúncia grave: “Candidatos ‘fantasmas’ recebem R$5,8 milhões do fundo eleitoral”.

Segundo o jornal, partidos repassaram ao menos R$5,8 milhões do fundo eleitoral para candidatos “fantasmas”. 

Pelo levantamento do Estadão, o dinheiro público teria caído na conta de políticos que, a 12 dias das eleições, praticamente não fizeram campanha, não usaram as redes sociais para divulgar seus nomes, não distribuíram santinhos, são neófitos ou tiveram votação pífia em disputas passadas. Mas, mesmo assim, receberam acima da média dos concorrentes. 

A verba também teria ido parar em empresas que não entregaram os serviços e bancou despesas de outros postulantes.

ALGUNS CASOS

1 – No Amazonas, uma candidata a deputado federal pelo PROS ganhou R$ 3 milhões do fundo eleitoral e se tornou a líder nacional em repasses do partido. Em 2018, ela recebeu 41 votos e terminou a disputa naquele ano com as contas rejeitadas por ocultar gastos da Justiça Eleitoral. O valor destinado a ela é maior do que para candidatos com grande potencial eleitoral;

2 – Em Rondônia, o PP entregou R$2,2 milhões para uma candidata que contratou uma empresa de marketing sem ter feito propaganda nas redes sociais. Questionada sobre como conseguiu tantos recursos, mesmo sendo estreante, Marlucia Oliveira justificou: “Sou a queridinha do partido, mas não no sentido pejorativo”;

3 – No Rio, a reportagem do Estadão identificou uma candidata do PSC que recebeu R$30 mil do fundão após ter concorrido à Câmara Municipal em 2020 e receber apenas dois votos. Neste ano, Nadir Viana, que usa o nome Sheila na urna, não está fazendo campanha;

4 – Em Rondônia, o PP deu R$2,2 milhões para Marlucia Oliveira, candidata a deputada que nunca disputou eleição. O dinheiro foi repassado pelo diretório nacional da legenda, controlado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Apenas 2,6% dos candidatos a deputado, em todo o País, receberam tal valor.

Marlucia não apresenta nenhuma campanha nas redes sociais, mesmo após ter contratado uma empresa de marketing por R$400 mil. 

ENTENDA

Por lei, pelo menos 30% das candidaturas à Câmara dos Deputados devem ser de mulheres. Elas também devem receber no mínimo 30% dos recursos públicos.

Fantasmas

Para cumprir as cotas, alguns partidos lançam candidaturas de mulheres por uma obrigação legal. Muitas delas nem fazem campanha e são rotuladas de “fantasmas”.

Redes

O levantamento do jornal Estadão considerou quem usa as redes sociais de forma muito tímida ou nem usa, quem não soube explicar a sua candidatura e quem não tem agenda de candidato.