Farsante, João de Deus é condenado a mais de 109 anos de prisão em outros 3 processos

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Juntas, as penas dos 8 processos que o falso religioso é réu somam mais de 223 anos e três meses de cadeia.

O farsante João Teixeira de Faria, vulgo João de Deus, falso líder da reloigião espírita, foi condenado a mais de 109 anos de prisão por oito crimes de estupro e 26 violações sexuais. O julgamento teve desfecho na quarta-feira (7/12). As sentenças foram proferidas pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho, titular da comarca de Abadiânia, no interior de Goiás.

Durante anos, o réu – conhecido internacionalmente – realizou atendimentos ditos espirituais nos quais operava supostos milagres, no centro Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Segundo as vítimas, a casa foi cenário de diversos abusos.

João de Deus já havia sido condenado em outros seis processos, por violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e posse ilegal e irregular de armas de fogo. Juntas, as penas dos nove processos somam mais de 223 anos e três meses de prisão.

De acordo com o TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás), o réu ainda terá de pagar R$100 mil em danos morais às vítimas. Até o momento, os oito processos que envolvem violência sexual já julgados englobam 39 vítimas. Ainda há em tramitação mais sete ações penais da mesma natureza, que devem ser julgadas até março do ano que vem.

O advogado de defesa do estuprador afirmou que vai recorrer das sentenças, “em especial à inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”.

A defesa também alegou, por meio de nota, que “todas [as vítimas] eram capazes, tinham plena consciência dos atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes”. 

Essa versão da defesa insinua que as vítimas estavam consentindo os abusos e ainda queriam mais. Acredite.  

Os processos tramitam em segredo de Justiça por envolver crimes de natureza sexual. O criminoso segue em prisão domiciliar devido à idade avançada e às diversas doenças crônicas. O falso líder religioso foi preso preventivamente pela primeira vez em 16 de dezembro de 2018, após algumas mulheres o denunciarem por estupro em uma programa da TV Globo.