MST saiu da toca na hora errada
Votações de Medidas Provisórias estão ameaçadas no Congresso, como a que reformou o Ministério da Agricultura e criou o Ministério de Desenvolvimento Agrário. A oposição já sinalizou uma reação.
O presidente Lula (PT) precisa conversar com o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) sobre o MST. As invasões promovidas pelo movimento na semana passada na Bahia e a ameaça de lideranças de promover uma onda de ações em abril não foram boas notícias para o governo.
Rumores nos bastidores dizem que o MST cobra cargos no Incra e mais espaço no governo petista. O deputado Valmir Assunção ficou frustrado por não ter sido nomeado ministro.
ACORDO COM O AGRONEGÓCIO
O presidente do PT na Bahia, Éder Valadares, disse que não seriam invasões, mas protestos. Dirigentes do MST falaram que os sem-terra invadiram fazendas da Suzano, no extremo sul baiano, em protesto porque a empresa de celulose não teria cumprido ‘um acordo’. E que a Veracel e a Fibria cumpriram. Mas que acordo seria esse, falta transparência.
DESGASTE
Perto de completar 100 dias de governo, Lula tenta construir uma base parlamentar para aprovar medidas provisórias sensíveis. O MST tocou fogo no parquinho.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, um adversário direto dos movimentos sociais, as invasões foram raríssimas e o MST ficou entocado. Saiu da toca na hora errada.
Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus