MST deflagra nova onda de invasões de terras e prédios públicos em 7 estados
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deflagrou uma onda de invasões em propriedades rurais e prédios públicos pelo Brasil. São ações coordenadas em quase todo o país:
1 – Em Belo Horizonte, os integrantes do MST invadiram, na segunda-feira (17/04), a sede do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária;
2 – O mesmo aconteceu em São Luís, em Fortaleza e em Natal. Em Porto Alegre, os sem-terra fizeram uma vigília no pátio do instituto;
3 – Ainda na segunda-feira, cerca de 200 famílias invadiram uma área de plantação de eucalipto para produção de celulose, no município de Aracruz, no Espírito Santo.
4 – O MST alega que a fazenda faz parte do patrimônio do governo do estado e que teria sido grilada pela Aracruz Celulose, empresa adquirida pela Suzano Papel e Celulose há 5 anos. Esta é a 4ª fazenda da Suzano invadida em menos de 2 meses;
5 – A Justiça do estado do Espírito Santo atendeu ao pedido da Suzano de reintegração de posse da terra ocupada pelo MST. A decisão sustenta que a empresa é proprietária legítima e dona do imóvel;
6 – Houve invasões também em Pernambuco. Só neste fim de semana, foram 9, sendo um total de 10 invasões desde o início de abril;
NA CHINA COM LULA
O mentor, criador e maior líder do MST, João Pedro Stédile, da coordenação nacional do movimento, estava na comitiva que foi à China com o presidente Lula (PT). O presidente não comentou sobre as invasões.
ABRIL VERMELHO
Nesta segunda-feira (17), a página do MST chama para o início da Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, que vai até a próxima quinta-feira (20).
O MST alega que as invasões desta segunda por todo o país são para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos há exatos 27 anos. Mas não há relatos de invasões de terras no Pará.
BAHIA
Pressionado pela possibilidade de abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa da Bahia, o MST não fez mais nenhuma invasão ou ocupação de prédios no estado.