Google pode mudar tudo a partir de hoje

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ESTA MATÉRIA AJUDA VOCÊ A AENTENDER O FUTURO DA INTERNET.

O Google realiza sua conferência anual nesta quarta-feira (10/05) para mostrar suas inovações mais recentes. É um ritual que acontece há 15 anos – mas, desta vez, o clima está tenso. Isso porque, atualmente, o gigante da tecnologia precisa recuperar seu espaço num campo que dominou por muito tempo: IA (Inteligência Artificial).

A Microsoft e empresas menores, como a OpenAI, colocaram no mercado novas ferramentas de IA “generativas” – por exemplo, o ChatGPT – diretamente nas mãos dos clientes.

O evento do Google é conhecido como I/O – abreviação de Input/Output, termo de software para interação humano-computador. 

O Google demitiu 12 mil funcionários em janeiro e cortou algumas de suas famosas regalias. O evento será muito menor do que nos anos anteriores: o que costumava ser uma extravagância de três dias cobrindo grandes áreas do campus da empresa, na Califórnia, agora vai durar apenas um dia.

Mostrar nova tecnologia para clientes, mídia e investidores é fundamental, dada a percepção de analistas e observadores da indústria de que Google se atrapalhou no lançamento do chatbot “Bard”, em março, quatro meses depois do lançamento do ChatGPT e da Microsoft dar espécie de reboot no seu mecanismo de busca Bing, incorporando o chatbot da OpenAI.

Durante a maior parte de suas duas décadas, o Google desfrutou da reputação de líder indiscutível em suas principais áreas de negócios. A Pesquisa do Google não tem concorrentes sérios, e o Google Maps, Gmail e o navegador Chrome dominam suas categorias de produtos tão profundamente que autoridades antitruste em vários países iniciaram investigações ou entraram com ações judiciais alegando que a empresa está violando as leis de concorrência.

Esse domínio permitiu que empresa crescesse cada vez mais, contratando milhares de novos funcionários nos últimos anos e expandindo para novas áreas de produtos. Mas aí os modelos de IA generativa chegaram.

Após ingerirem trilhões de palavras e frases da internet, eles podem ter conversas estranhamente semelhantes às humanas. Isso levou alguns líderes de IA e especialistas em tecnologia a sugerir que pesquisas na Internet serão substituídas por bots de IA que podem responder diretamente a perguntas específicas. Novo ChatGPT é a prova disso.

Até um quarto dos quase 200 mil funcionários da Google podem estar envolvidos em algo que será anunciado ou exibido no evento I/O.

Estruturas excêntricas semelhantes a cúpulas são montadas em hectares de estacionamentos no campus da empresa, cada uma repleta de jogos coloridos, demonstrações práticas e hardware totalmente novo.

Porém, menos pessoas foram convidadas para participar pessoalmente neste ano. E a maioria dos desenvolvedores e parceiros fará streaming remotamente em vez de voar para a Califórnia.

No evento, espera-se que a empresa finalmente detalhe como começará a usar IA generativa nos resultados de pesquisa. Isso porque líderes do Google têm sido enfáticos ao dizer que o Bard não pretende ser um substituto para a busca.

No entanto, a empresa já falou sobre como a IA generativa pode ser útil quando se trata de responder a perguntas complexas sem uma resposta única, algo que atualmente é feito por blogueiros e criadores de conteúdo online.

O Google também pode usar um chatbot de pesquisa para analisar diferentes respostas e resumi-las, eliminando a necessidade de usuários clicarem em vários links ao procurar por informações.

De qualquer forma, reformular a forma como os resultados de pesquisa são apresentados pode prejudicar o relacionamento de anos que a empresa mantém com criadores de conteúdo da Internet, que geralmente precisam do tráfego da pesquisa do Google para gerar receita.

Além disso, Google se denomina uma empresa “AI first” (“IA primeiro”, em tradução livre) há anos. E avanços tecnológicos feitos por seus pesquisadores ajudaram a semear todo o ecossistema de IA.

Com informações do site Olhar Digital