São João agora terá 80% de atrações de forró por lei

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A tradição venceu a indústria cultural. Festejos juninos promovidos com verba pública terão menos piseiro, arrocha, pagode e outros ritmos estranhos à época. Estados e prefeituras terão que se ajustar em todo o país. Em cada 3 milhões de reais gastos com atrações, R$2,4 milhões terão de ser gastos com atrações de forró autêntico.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência a lei Luiz Gonzaga 3083/2023, projeto de autoria do cantor Armandinho, da banda Fulô de Mandacaru, de Caruaru, no Pernambuco, apresentado pelo deputado pernambucano Fernando Rodolfo (PL).

O projeto, que teve 278 votos a favor, 88 contra e quatro abstenções, prevê destinar 80% de recursos públicos – Estados e municípios – para as festividades juninas em todo o território nacional, visando a valorização do forró, que em 2021 foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ainda de acordo com a nova lei, os 20% restantes serão destinados a atrações de qualquer gênero musical, com o intuito de promover a diversidade cultural e artística das festividades do São João.

Além da preservação da cultura popular nordestina, a lei tem também como objetivos o estímulo ao turismo, o fomento à economia local e regional, valorização dos artistas e produtores culturais locais e fortalecimento do senso de pertencimento e identidade cultural.