‘Pobreza Cultural do Jornalismo em Eunápolis, Porto Seguro e Teixeira’, por João Ribeiro

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Com o texto a seguir, o Bahia40graus lança a coluna de João Ribeiro, publicitário e consultor de Comunicação Política, que participou de diversas campanhas eleitorais no extremo sul e outras regiões. 

“Nos últimos anos, com a proliferação de smartphones conectados à internet, o jornalismo nas três principais cidades do Extremo Sul da Bahia – Eunápolis, Porto Seguro e Teixeira de Freitas – tem enfrentado um grave empobrecimento cultural. Com raríssimas exceções, os veículos informativos locais deixam de lado a diversidade de propostas e optam por um caminho sensacionalista, muitas vezes sustentado por recursos públicos.

Aos domingos, por exemplo, basta acessar os grupos de WhatsApp da região para testemunhar uma avalanche de links de sites que exploram tragédias e promovem a violência como mercadoria. O tom alarmista e unilateral não apenas empobrece o debate público, mas reforça uma imagem negativa da região, ignorando deliberadamente suas riquezas culturais, potencial econômico e belezas naturais que poderiam – e deveriam – estar no centro da pauta.

O mais preocupante é que muitos desses portais sobrevivem de verbas públicas, provenientes de prefeituras que destinam recursos para alimentar um tipo de “jornalismo” que pouco ou nada contribui para a construção de uma sociedade mais informada, crítica e engajada. Esses valores poderiam ser investidos em políticas culturais, promoção de eventos e iniciativas que resgatem o orgulho local e estimulem o turismo – setor vital para a economia regional.

Não se trata apenas de um problema de ética jornalística, mas de visão administrativa. Nossa região abriga um patrimônio riquíssimo, que vai muito além das manchetes sensacionalistas. São cidades com histórias vibrantes, economias diversificadas e uma natureza exuberante que merecem ser retratadas de maneira ampla e positiva.

Os poderes executivos municipais precisam reavaliar se esses sites realmente contribuem para suas gestões ou se, na verdade, as prejudicam. A difusão de matérias negativas nas redes sociais, mecanismos de busca, sites e blogs pode ser um obstáculo significativo para a chegada de investimentos e o fortalecimento da imagem da região.”

Por João Ribeiro. Publicitário, pós-graduado em Inteligência Artificial. Atua como consultor em Comunicação Política. 

A conteúdo desta coluna não reflete necessariamente a opinião do site Bahia40graus.