Devassa no judiciário: 16 desembargadores e 7 juizes afastados
O tempo fechou no Judiciário. Investigações de venda de sentenças e corrupção explodiram neste segundo semestre de 2024.
Estão sob investigação 6 tribunais estaduais de 3 regiões do País, acendendo um alerta até em gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Afastamentos e prisões
As apurações levaram ao afastamento de 16 desembargadores, sete juízes – inclusive com uma prisão e a imposição de tornozeleira a seis deles – e quatro servidores do STJ, dois dos quais estão afastados.
A Polícia Federal (PF) investiga suposta corrupção em processos milionários que envolvem desde disputa de terras até a ação criminal de um narcotraficante internacional.
As investigações se encontram em diferentes estágios. Em uma delas, já foi apresentada denúncia do Ministério Público, atingindo dois juízes. Em outra, a Polícia Federal indiciou um desembargador. Os magistrados investigados negam envolvimento com ilícitos. Lobistas, advogados e outros são citados nos inquéritos. O espaço está aberto para manifestações.
Os tribunais sobre os quais pairam suspeitas da PF são os dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão. Também são investigadas ramificações de um grande esquema desbaratado na Bahia há alguns anos, na esteira da Operação Faroeste.
A PF ainda investiga possíveis elos entre os esquemas investigados nos Estados. Há nomes que ligam as diferentes investigações, em especial de advogados apontados como lobistas de sentenças. Juízes de primeiro grau e desembargadores estão na mira do STJ e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A lista de crimes investigados é extensa: corrupção, lavagem de dinheiro, fraude processual, falsidade documental, extorsão, falsificação de documento público, peculato, exploração de prestígio e organização criminosa.
O cenário traz lembrança do afastamento de 3 juizes da Comarca de Porto Seguro, que agora corre em segredo de justiça e a população não tem mais nenhuma informação.
Reação / Bahi40graus – Fonte: Estadão