General Braga Netto é preso por obstrução da Justiça

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A notícia de política mais impactante deste fim de semana é a prisão do general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O militar foi detido em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, sob a acusação de obstrução da Justiça. A prisão é preventiva, foi solicitada pela PF e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas preso após a ditadura militar. Está relacionada às investigações da tentativa de golpe de Estado que ocorreu após a vitória de Lula nas eleições de 2022. A operação que levou à prisão do militar contou com o apoio do Exército. Braga Netto ficará sob custódia do Comando Militar do Leste e será mantido na Vila Militar, na zona oeste do Rio. De 2016 a 2019, o general foi chefe do Comando Militar do Leste.

Ao ordenar a prisão do general, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que existem “fortes indícios” de que Braga Netto tenha contribuído de forma mais efetiva e de maior importância do que se sabia inicialmente para o planejamento e financiamento da tentativa de golpe que visava manter Jair Bolsonaro no poder. A decisão foi tomada com o apoio do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Além do mandado de prisão, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, e uma medida cautelar diversa da prisão, contra indivíduos acusados de dificultar a produção de provas durante a instrução processual penal, informou a PF em nota. “As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”, diz o texto.

Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro e em Brasília. Ao solicitar a prisão de Braga Netto, a Polícia Federal indicou que ele teria financiado a ação dos oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, com o objetivo de assassinar autoridades da República. Segundo os federais, o general teria entregue recursos aos golpistas dentro de uma sacola de vinho. A informação foi repassada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, durante sua delação premiada.

“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação (de Braga Netto) concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”, diz a PF.

Outras prisões estão sendo esperadas.

 

Redação / Bahia40graus com informações do Estadão

Foto: Pedro Kirilos/Estadão