Terceirizar o Hospital Regional de Eunápolis resolve o problema?
A terceirização do Hospital Regional de Eunápolis vai resolver, ao menos, um dos maiores problemas lá: a sangria dos cofres municipais. O hospital gasta muito mais do que recebe do SUS, há décadas. Está provado matematicamente que a unidade de saúde é um saco sem fundo. O município não tem como tapar esse rombo e só vai piorar.
A tendência de terceirização é universal e praticada pelo Estado da Bahia nos hospitais de Teixeira, Porto Seguro e Ilhéus, só para citar três.
Equívoco
Na verdade, o hospital de Eunápolis NUNCA deveria ter sido municipalizado, foi uma decisão política equivocada, no final a décado de 90, quando não havia ferramentas para enxergar o futuro. Nem existia o mundo digital ainda aqui no Brasil. Havia apenas o vislumbre com a perspectiva dos recursos que o SUS poderia trazer com a municipalização. E Eunápolis está pagando muito caro até hoje por esse equívoco. Inclusive perdendo vidas e causando sofrimentos a pacientes.
Com a terceirização resolvendo a questão Receita x Despesa, o Hospital Regional vai funcionar pela lógica de gastar menos do que recebe. Como nos hospitais particulares, onde Eunápolis tem dois bons exemplos: o Ames e o Hospital Ramos. E o atedimento pode e deve melhorar muito, porque a Prefeitura terá que investir na Atenção Básica (UBS) – recursos próprios e do SUS – para atender nos bairros os casos que não precisam (e nem podem por lei) ser atendidos no hospital, como se fez até hoje. Tem gente com febre e uma gripezinha superlotando o hospital, ocupando o tempo do médico plantonista para uma consulta onde a medicação é dipirona. Além disso, tem as pactuações deficitárias com cidades vizinhas, que também superlotam o Regional por falta de estrutura na saúde pública da vizinhança. Leia-se Belmonte, Cabrália, Itapebi, Itagimirim, Itabela e Guaratinga.
Simples assim. Mas será que agora no 4º mandato de Robério vai?
Geraldinho Alves / Bahia40graus