Segurança de Bolsonaro falhou feio ao deixar passar 39 kg de cocaína na bagagem de tripulante

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Militar da Aeronáutica já teria participado de quase 30 viagens desde o governo Dilma (PT). Senadores e deputados já protocolaram requerimentos para convidar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para prestar esclarecimentos sobre o caso. 
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem usando o Twitter para tentar botar panos quentes no escândalo internacional, já batizado pela imprensa de ‘Aerococa’, criado pela prisão em flagrante, na Espanha, na terça-feira, 25 de junho, do tripulante da comitiva presidencial, Manoel Silva Rodrigues, 38 anos, 2º sargento da Aeronáutica, com a bagagem de mão contendo 39 kg de cocaína. Rodrigues nem usou fundo falso ou roupas para disfarçar o conteúdo. 
Bolsonaro diz que o militar não fazia parte de sua equipe (fazia sim, era tripulante, segundo o vice-presidente general Mourão). E ainda que o sargento preso não representa a corporação. Disco velho, padrão. 
NA PRÁTICA O DISCURSO É OUTRO
Bolsonaro foi eleito prometendo combater o crime e as drogas. Capitão reformado do Exército, ele vem afirmando que os militares são a ‘reserva moral’ do país. Mas a prisão do sargento da Aeronáutica em sua comitiva mostra que não bem assim. 
Nem os militares são a ‘reserva moral’ do país, nem o combate a drogas é levado tão a sério pelo governo Bolsonaro, que permite o embarque no Brasil de 39 kg de cocaína por um tripulante da equipe de voo da comitiva presidencial a caminho do encontro do G20 no Japão.
FALHA GRAVÍSSIMA DA SEGURANÇA
Se o militar embarcou com tanta cocaína na bagagem de mão, sem ser abordado ou flagrado, ele podia também embarcar com dólares, armas, diamantes, ouro e até mesmo, por que não, uma bomba. O general Heleno não pode afirmar que não tinha ‘bola de cristal’ nem que não é ‘vidente’. Não se trata disso, A Segurança presidencial deve ter protocolos e procedimentos para evitar o que aconteceu. Simples assim.  
Com certeza, o 2º sargento da Aeronáutica contou com a colaboração de um esquema organizado para facilitar o embarque da droga, envolvendo civis e militares. É uma falha imperdoável da Segurança do presidente.Será que cairá mais um general? Só tendo bola de cristal. 
PARAÍSO DO TRÁFICO
E se isso acontece na comitiva presidencial em missão internacional oficial, imagine a insegurança dos nossos voos domésticos, nossas fronteiras e rodovias. Tempos difíceis, o brasileiro está entregue à sorte. 

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus

 

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