Sem-terras incendeiam carros a serviço da Veracel em Eunápolis

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O imbróglio da disputa pela posse de terras da Veracel pegou fogo. A Polícia Militar assiste os acontecimentos sem poder intervir. Insegurança jurídica continua na Bahia.  

Posseiros reunidos em uma associação reivindicam a posse de uma área na zona rural de Belmonte, que a multinacional Veracel alega ser proprietária, inclusive já produz eucalipto no local.

Segundo o advogado de um dos posseiros, a solução do conflito depende da justiça realizar uma perícia para definir de quem realmente é a área. Ele informou que o caso já foi parar no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na Corregedoria do TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia). Mas o processo continua na mesma.

Violência

Nesta terça-feira, 2 de julho, os posseiros incendiaram 6 carros da empresa de vigilância GPS, terceirizada pela Veracel, em um ato de violência injustificável, uma vez que nem armas são usadas pelos vigilantes. Eles postaram video nas redes sociais, comemorando o ato, alegaram que os vigilantes abriram fogo. A Polícia Civil já iniciou investigações do fato.

A situação explodiu após o cumprimento, no dia 27 de junho, de ordem de reintegração de posse a favor da empresa. 5 dias depois, os posseiros reocuparam a área, alegando que o ato seria legal. E reagiram com força desproporcional à presença da empresa de vigilância. Um dos vigilantes foi ameaçado com uma foice, segundo relatos nas redes sociais.

A Polícia Militar  ainda não pode intervir no conflito porque aguarda ordem da Casa Militar do Governo do Estado, leia-se governador. Enquanto isso a tensão aumenta. Grande parte da sociedade regional reprovou a atitude violenta dos posseiros. 

 

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus