Bolsonaro debocha do assassinato de esquerdista pela ditadura militar

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Está sendo vista como criminosa e falta de decoro a declaração do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) sobre o assassinato de Fernando Santa Cruz, militante do grupo esquerdista Ação Popular, dado como desaparecido pelos militares, como centenas de outras vítimas da ditadura que governou o Brasil de 1964 a 1985.

“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.

Diversos setores da sociedade reagiram imediatamente, entre eles a OAB nacional, cujo presidente Felipe Santa Cruz é filho do ex-militante desaparecido. O Conselho Federal da OAB emitiu Nota de Repúdio (Clique aqui para ler) e o presidente da entidade disse que vai ao STF pedir explicações a Bolsonaro.

No final a tarde, em video postado nas redes sociais onde aparece cortando cabelo, o presidente da República inventa uma versão do episódio para tentar amenizar o impacto da quebra de decoro de suas declarações anteriores. Documentos secretos da Aeronáutica desmente a versão mentirosa do presidente. 

Em todo o país houve repúdio à fala de Bolsonaro, ex-capitão do Exército que já disse ser admirador do torturador mais célebre da ditadura, Brilhante Ustra.

A organização Anistia Internacional também repudiou: “o Brasil deve assumir sua responsabilidade, e adotar todas as medidas necessárias para que casos como esses sejam levados à justiça”. disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia internacional.

Como já disseram repetidas vezes, o governo Bolsonaro é uma fábrica de crises que produz complicações institucionais a cada declaração e ato do presidente.