Ministério Público pede que prefeito de Eunápolis justifique gastos com o Pedrão diante dos problemas na Saúde e Educação

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Festa junina tem custo muito elevado, enquanto a população sofre sem atendimento digno e eficiente na Saúde. Também há falta de professores e até merenda nas escolas.

O Ministério Público estadual (MP-BA) solicitou na semana passada ao prefeito Robério Oliveira (PSD) que justifique a realização da festa junina do Pedrão, diante de tantos problemas de conhecimento do órgão relacionados a precariedade do atendimento na Saúde e também na Educação.

A festa criada em 2005 no 1º mandato de Robério tem um custo muito elevado para o município na contratação das atrações musicais e estrutura. Sendo inclusive objeto de diversas ações movidas pelo MP-BA. Em 2016 (gestão de Neto Guerrieri) e no ano passado o Pedrão não foi realizado justamente para dar prioridade à Saúde e Educação.

Entrevista

O promotor de Justiça  João Alves Neto (foto), em entrevista à rádio Super 98 FM, deixou claro que não tem justificativa o município gastar com a festa junina o dinheiro que pode ser gasto, com prioridade, na solução dos problemas na Saúde e na Educação.  

Para o promotor, a festa junina pode ser promovida e financiada pela iniciativa privada ou entidade social, mas sendo patrocinada exclusivamente com dinheiro público a população sai prejudicada.

Ele aproveitou a fala para destacar a questão da mobilização das forças de segurança locais nas festas. Para o promotor, quem realiza festas precisa arcar com os custos da segurança.    

Nossa Opinião – Está coberto de razão o promotor João Alves Neto. Até porque, o Pedrão na verdade beneficia economicamente poucos grupos, não causa tanto impacto na economia quanto parece (não há estudos oficiais confiáveis sobre isso) e ainda mobiliza a máquina pública para montagem e realização da festa. O evento é bem vindo desde que a Saúde esteja funcionando e a Educação também.

Saúde precária

Não é o caso de Eunápolis neste momento, quando postos médicos estão precários, sem medicamentos, vacinas e médicos; a UPA continua fechada e o Hospital Regional virou uma calamidade com atendimento desumano e ineficiente, falta de materiais para cirurgias e medicamentos de urgência. Sem falar que a Regulação foi loteada por vereadores da base governista em pré-campanha de reeleição.

As mazelas da Educação

Os alunos da rede municipal também sofrem com escolas insalubres e inadequadas, falta de professores e transporte escolar precário. Há relatos até de falta de merenda também.

 

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do bahia40graus

Reprodução só com autorização do autor