Dia do Descobrimento já foi 3 de maio e feriado nacional. Entenda a história do Brasil

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22/04/21 – Por 300 anos o dia 3 maio foi considerado o dia do descobrimento. A data mudou em 1817, com a publicação da carta de Pero Vaz de Caminha pela 1ª vez. Mas em 1890, a lista de feriados nacionais publicada pela República incluía o dia 3 de maio como data do descobrimento, por influência da igreja católica. Em 1930, Getúlio Vargas extinguiu o feriado e o 22 de abril passou a predominar por influência de historiadores. Continue lendo para entender mais.

Feriado municipal na cidade de Porto Seguro, nesta quinta, 22 de abril, comemora-se a descoberta por navegadores portugueses do lugar que foi batizado com o nome de Brasil. Há versões divergentes sobre o local exato do desembarque da tripulação comandada por Pedro Álvares Cabral em 1500. Cabral avistou primeiro o Monte Pascoal, no município de Prado. Alguns historiadores especulam que o desembarque pode ter sido em Santa Cruz Cabrália, mas a versão que predomina entre historiadores (e é ensinada na escola) é que Porto Seguro foi o local onde Cabral desembarcou, iniciando a colonização portuguesa. Para Cabrália sobrou a data de realização da 1ª missa da igreja católica após o descobrimento, no dia 26 de abril. As 3 cidades citadas ficam no extremo sul da Bahia.

3 de maio

O curioso é que até 1817, o dia 3 de maio era a data do descobrimento, estabelecida no período colonial pelo historiador português Gaspar Correia (1495-1561). De acordo com historiadores, Correia chegou a essa conclusão baseado no nome que as novas terras receberam. Como elas foram batizadas de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz, provavelmente seria uma homenagem ao Dia da Santa Cruz, celebrado em 3 de maio.

Por 300 anos, portanto, o dia 3 de maio foi a data do descobrimento. A nova versão veio com a vinda da família real portuguesa à colônia em 1808. Junto com a corte veio uma cópia da “certidão de nascimento” do Brasil: a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.

O padre Aires de Casal publicou o relato de Caminha pela 1ª vez em 1817. Até então o documento era desconhecido. Caminha narra a vista de terras no dia 22 de abril de 1500. A partir daí começa a divergência referente a data do descobrimento.

Após a Proclamação da República (1889), o 3 de maio foi adotado pelo novo governo como feriado nacional, na lista de datas comemorativas, criada em 1890, por influência da igreja católica.

O feriado do descobrimento foi extinto por Getúlio Vargas em 1930, que no decreto justifica o ato como necessidade de reduzir os dias de folga para que o brasileiro pudesse trabalhar mais pelo crescimento do país.