A aparente litigância de má fé da APLB em Eunápolis

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Por aparente má fé, a APLB vem agindo para prolongar uma greve de professores em Eunápolis, injustificável, por mais de 180 dias, prejudicando cerca de 20 mil alunos da rede municipal e o futuro de uma geração. A intransigente presidente do sindicato, Jovita Lima, parece agir de má fé para confundir a população, o judiciário e os próprios professores. Ou ela própria estaria confusa.   

Por aparente má fé, a APLB envolve outros profissionais na greve dos professores – merendeiras, vigias, auxiliares de serviços gerais, auxiliares administrativos etc – complicando a negociação, confundindo os profissionais e a sociedade, além de conseguir adesões para o movimento. A APLB representa apenas a classe dos professores e tem ciência disso. 

Servidores municipais de outras classes profissionais, representados pelo Sinsppor – Sindicato dos Servidores Públicos da região -, receberam em 2022 reajuste de 10,06%, atendendo reivindicação do próprio Sindicato.

Este ano, a prefeita Cordélia concedeu reajuste de 14,42% aos professores, indo ao limite, considerando que o município, além dos salários dos profissionais da Educação, também investe na estrutura da rede de ensino, reformas de escolas, manutenção, despesas de custeio, equipamentos, formação, material pedagógico, benefícios da carreira etc. Com este reajuste, o menor salário do professor em Eunápolis passou para R$4.201, bem acima do piso nacional estabelecido por lei que é R$3.845.

O Ministério Público busca intermediar o fim da greve dos professores em Eunápolis. Por si só, o fato do sindicato manter 50% de uma categoria em greve por mais de 180 dias, sem qualquer justificativa legal ou contábil, já é um fato imperdoável pelo dano causado à sociedade. A APLB diz que suspendeu a greve para tentar um acordo. Retórica que parece mais uma vez má fé. Não existe acordo, os alunos estão no prejuízo, o ano letivo só pode ser recuperado com as aulas indo até maio do ano que vem, tirando dos alunos as férias de verão. E o município, por sua vez, já deu reajuste acima do piso. 

O Ministério Público existe para promover o cumprimento da lei e é uma das instituições que ainda passa confiança à população. Não se pode fechar os olhos para a grande irresponsabilidade da APLB com a educação no município. 

Pior do que a politização da greve dos professores, do uso eleitoreiro pelos sindicalistas da APLB promovendo candidatos da esquerda nas eleições, é passar mais da metade do ano de 2022 com 50% da classe de braços cruzados recebendo 100% do salário em dia. Para provar que não existe má fé, a APLB teria de retornar às aulas, colocando fim à greve, sem condicionar nada, e confiar na decisão judicial final. Que o Ministério Público faça sua parte, embora a palavra final seja da Justiça.

Por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus – permitida a reprodução desde que citada a fonte e autoria