Relatório da CPI da Covid deve responsabilizar 63 pessoas por crimes na pandemia

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16/10/21 – Enfim, a CPI da Covid no Senado vai apresentar, na próxima terça (19), o relatório final que será votado logo no dia seguinte. Há expectativa de que 63 pessoas sejam indiciadas por crimes cometidos durante a pandemia. Na lista, estão o presidente Jair Bolsonaro e filhos, ministros e ex-ministros, funcionários e ex-funcionários do governo, deputados e médicos.

O governo vai intensificar os ataques à CPI para tirar o foco do que ficou comprovado nas investigações. O presidente Bolsonaro deve ser denunciado ao menos por 11 crimes supostamente cometidos durante a pandemia. A questão é que o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), é um político carimbado por corrupção e não goza de credibilidade. 

Da abertura da CPI, no plenário do Senado, em 13 de abril, até hoje, os senadores interrogaram 59 pessoas na condição de convidadas, testemunhas ou investigadas. Em 6 meses de trabalho, assessores do Senado, policiais federais, auditores da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União ajudaram a analisar dados fiscais, bancários e telefônicos, mensagens apreendidas em celulares, e-mails, telegramas diplomáticos, contratos e outros milhares de documentos de domínio público e sigilosos.

Nas mais de mil páginas do relatório, que vai ser lido na terça-feira, o senador Renan Calheiros deve afirmar que o governo federal foi omisso e optou por negligenciar o enfrentamento da pandemia. As evidências são:

1 – O governo federal manteve um gabinete paralelo para chancelar medidas na área de saúde contra as evidências científicas;

2 – Enquanto a Covid matava milhares de brasileiros, o Planalto trabalhou com a intenção de imunizar a população por meio de contaminação natural, a chamada imunização de rebanho;

3 – Também priorizou o chamado “tratamento precoce” sem eficácia comprovada;

4 – Com a cumplicidade do Ministério da Saúde, o governo agiu contra o distanciamento social e o uso de máscaras;

5 – Deliberadamente, o Planalto atuou para atrasar a compra de vacinas, que só foi efetivada em grande escala após a iniciativa do Senado de propor a instalação da CPI da Covid.