Queda do Airbus da Air France no voo Rio-Paris: justiça francesa decide que a culpa é de quem morreu

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A audiência em Paris terminou com choro e indignação dos parentes das vítimas. Danièlle Lamy é a presidente da associação e disse que todos estavam esperando por um julgamento imparcial, e que ficaram enojados porque isso não aconteceu. 

O julgamento foi realizado no fim de 2022. Nesta segunda-feira (17), o juiz responsável pelo caso leu a decisão da Justiça francesa. Ele listou uma série de negligências das duas empresas, mas disse, também, que não era possível provar que elas eram culpadas pelo acidente. Com isso, Airbus e Air France foram absolvidas. 

A tragédia matou 228 pessoas a bordo do avião, que caiu no Oceano Atlântico, após decolar do Rio para Paris. O voo Air France 447 saiu do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Paris às 19h29 do dia 31 de maio de 2009. Três horas e 45 minutos depois, caiu no Oceano Atlântico, perto do arquipélago de Fernando de Noronha.

O QUE HOUVE

O voo 447 tinha três pilotos: Marc Dubois, o comandante; David Robert, primeiro oficial; e Pierre Bonin, também primeiro oficial. Perto da Linha do Equador, na chamada zona de convergência intertropical, o avião encontrou uma tempestade. O comandante, Marc Dubois, estava dormindo neste momento. Era Bonin, o mais novo e menos experiente, que pilotava o avião.

Na tempestade, os tubos de pitot (veja ilustração), sensores de velocidade que ficam do lado de fora da aeronave, congelaram e deixaram de enviar informações para a cabine. Com isso, o piloto automático parou de funcionar – o que é normal quando as indicações de velocidade não são confiáveis. O comando do voo ficou com Pierre Bonin. Achando que o avião estava caindo, Bonin empinou o avião para ganhar altitude. Por causa do ar-rarefeito e do ângulo do avião, o A330 entrou em “stol”, que é quando não há sustentação. Caindo minutos após a manobra equivocada. 

Os parentes das vítimas culpam a Airbus por não substituir os Pitots, que já haviam falhado em outras ocasiões. E a Air France, por não treinar os pilotos para uma situação como a do acidente. 

INFORMAÇÕES E ILUSTRAÇÕES DO JORNAL NACIONAL / TV GLOBO