Polícia Federal pesca alevinos, lambaris e piabas em Cabrália para aflição dos tubarões 

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Entre os alvos da Operação Expurgo, da Polícia Federal, deflagrada na quinta-feira (17/8), estão 3 servidores do município de Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, investigados por suposto envolvimento em fraudes de licitações – principalmente na área de Saúde, no período de 2019 a 2022. Eles foram afastados do serviço público por determinação judicial, até a conclusão do inquérito. 

Um dos alvos, a servidora Dayse Monteiro, não trabalha mais em Cabrália, mas no município vizinho, Porto Seguro, distante 23 km, onde sofreu busca e apreensão. Porto Seguro não tem contratos com as empresas investigadas na operação Expurgo, que cumpriu mandados de busca e apreensão também nas cidades baianas de Belmonte, Itapebi, Prado, Teixeira de Freitas, Medeiros Neto e Mucuri, além de Vila Velha e São Mateus, no Espírito Santo.

Os outros dois servidores de Cabrália são Robson César de Aquino e Joyce Carinne dos Santos, que receberam transferências bancárias supostamente relacionadas ao esquema investigado pela PF, segundo aponta a polícia no inquérito, que inclusive inclui as conversas por e-mail entre os suspeitos – servidores e empresários. 

Robson, Joyce e Dayse parecem três minúsculos frutos desse mar de lama infestado de tubarões. Joyce foi beneficiada, segundo a PF, com R$30.682,09, oriundos dos contratos com as empresas A.R.M.A e LIMPEZA & CIA, por meio de 16 transferências realizadas entre 2019 e 2021.

Já Dayse Monteiro, que era Tesoureira do município de Cabrália, teria recebido, segundo a PF, entre 2020 e 2022, um total de R$3.450,00, oriundos das empresas investigadas. 

Já o Diretor de Compras de Cabrália, Ronson de Aquino, teria recebido do esquema o valor total de R$8.770,00. 

Os contratos investigados em Cabrália com as empresas A.R.M.A e LIMPEZA & CIA chegam a R$1.412.463,10.

Bahia40graus não conseguiu contato com os servidores afastados para publicar suas defesas e esclarecimentos. O site está aberto para que eles ou seus advogados se manifestem. Nossos contatos estão no rodapé da página. 

Os depoimentos dos servidores já foram marcados pela polícia. A expectativa agora é de que eles apontem quem seriam os tubarões ou assumam a bronca sozinhos e virem peixes de aquário.

A rapadura é doce, mas não é mole não. 

 

por Geraldinho Alves, jornalista e editor do Bahia40graus