Assassinato de Mãe Bernadete: Polícia e MP-BA apontam 6 indiciados 

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16/11/23 – O crime de grande repercussão nacional teve resolução até rápida para o padrão da polícia baiana. A motivação do assassinato brutal e covarde causa perplexidade. Será que existe outra linha de investigação? Já aconteceu da polícia errar, como no assassinato do ex-deputado Contrim, no extremo sul baiano.  

Versão da Polícia

Um desentendimento com Mãe Bernadete teria levado Sérgio Ferreira de Jesus, 45 anos, morador do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, a enviar áudio aos traficantes de drogas da região, instigando para que eles executassem a líder quilombola. Essa é a versão da Polícia Civil da Bahia apresentada em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16), para a execução de Mãe Bernadete, com 22 tiros a queima roupa, em agosto deste ano.

Sérgio praticava extração ilegal de madeira no território quilombola e teve uma discussão com Mãe Bernadete. Após o episódio, ele enviou um áudio aos traficantes dizendo que Mãe Bernadete ia acionar a polícia para derrubar uma das barracas que ficava no quilombo e ia denunciar o tráfico no local. 

Segundo a polícia, o áudio teria motivado Ydney Carlos dos Santos de Jesus, 28 anos e Marílio dos Santos, 34 anos, a planejarem o homicídio, praticado por Arielson da Conceição Santos, 24 anos, e Josevan Dionísio dos Santos, 26 anos. Ao todo, seis pessoas foram indiciadas, inclusive um homem que guardou as armas usadas no crime e ajudou Arielson a fugir após o assassinato. 

Ainda segundo a polícia, Sérgio também facilitou a entrada dos autores no imóvel. Entre os seis envolvidos, dois encontram-se com mandados de prisão em aberto e, portanto, foragidos. Outro teve a prisão solicitada ao Poder Judiciário. O executor ainda não localizado é fugitivo do sistema prisional e tem condenação por homicídios cometidos em Simões Filho e Madre de Deus.

 

Foragidos precisam falar

A polícia continua fazendo diligências para localizar os foragidos. Ou seja, o caso foi concluído sem que a polícia ouvisse os foragidos para saber se a motivação do crime brutal foi a apresentada na coletiva de imprensa ou se existe uma outra motivação para justificar tamanha brutalidade com uma senhora de 72 anos. 

 

A família contratou peritos criminais particulares para apurar o crime em investigação paralela. Não se pode desvincular o crime das ameaças sofridas por Mãe Bernadete, que deveria estar sob proteção policial, nem esquecer do assassinato do filho dela, Biunho do Quilombo. 

Há muitas perguntas que continuam no ar. 

 

Redação / Bahia40graus